Em comemoração ao mês da mulher, a Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa no estado do RJ) concedeu no último dia 13 de março o inédito Prêmio Mulheres na Ciência a 24 pesquisadoras com histórico de contribuições científicas no Estado do Rio de Janeiro. Houve ainda a entrega do termo de outorga do Edital “Meninas, Mulheres e Mães na Ciência”, numa cerimônia no Palácio Guanabara, sede do governo do estado do Rio de Janeiro.
A professora Márcia Pletsch, do Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares (PPGEduc) foi homenageada por sua relevante contribuição à área de Educação Especial. Ela é coordenadora do Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional (ObEE/UFRRJ), que reúne pesquisadores de várias instituições e desenvolve projetos de pesquisa em parceria com universidades da Alemanha (Goethe e Bielefeld), integrando a equipe de pesquisa global sobre educação inclusiva, coordenada pela Stanford University.
A docente também é coordenadora da Especialização em Educação Especial e Inovação Tecnológica da UFRRJ/Cederj e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, além de Cientista do Nosso Estado da Faperj, tendo sido Jovem Cientista por duas edições. Suas pesquisas envolvem Educação Especial; políticas de educação inclusiva na Educação Básica e no Ensino Superior; processos de ensino e aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual e múltipla; práticas curriculares; formação de professores e inovação tecnológica aplicada à educação especial; síndrome congênita do zika vírus; divulgação científica e tecnológica em Educação Especial.
“Ao longo dos últimos 17 anos tenho me dedicado intensamente à pesquisa, ensino e extensão. Dentre essas ações, gostaria de destacar as pesquisas atreladas a atividades de extensão, sobretudo para analisar e desenvolver propostas de melhoria da educação e da formação continuada de professores na Baixada Fluminense. Durante uma de nossas pesquisas, criamos o Fórum da Baixada Fluminense na Perspectiva da Educação Inclusiva e, em 2020, inserimos também o Sul Fluminense. É com os gestores de Educação Especial dessas redes que temos discutido e organizado projetos conjuntos de pesquisa e formação continuada. Por isso, gostaria de compartilhar esse prêmio com as mulheres gestoras de Educação Especial das redes de ensino desse Fórum e também do recente Fórum Estadual de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, lançado em novembro de 2024”, afirmou Márcia.
E continuou: “Também não poderia deixar de compartilhar esse prêmio com as mulheres mães das crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus, com as quais tenho trabalhado há mais de meia década. Essas mulheres confiam em nossas pesquisas e compartilharam suas trajetórias e histórias conosco, contribuíndo na produção de dados sobre a escolarização e desenvolvimento de suas filhas e filhos. É neste contexto que me constituo como pesquisadora e professora de uma Universidade Pública, localizada na periferia, desenvolvendo ciência e tecnologia na área de Ciências Humanas com engajamento social, principalmente das pessoas com deficiências e suas famílias e profissionais da educação, de forma a afetar positivamente o desenvolvimento de propostas de educação inclusiva, que acabam contribuindo com a melhoria da educação como um todo. Por isso, esse prêmio é compartilhado com elas e com as mulheres do ObEE, as quais agradeço pela confiança em nosso trabalho de pesquisa e extensão na Universidade Pública”.
O Edital “Meninas, Mulheres e Mães na Ciência” contemplou oito docentes da UFRRJ.
Dentre elas, a professora e Pró-Reitora de Gestão de Pessoas Miliane Moreira. “Toda mulher que é docente pesquisadora já enfrentou o dilema, em algum momento da carreira e da vida, de como iria conciliar a maternidade com o exercício profissional, com a pesquisa que é tão exigente… Então saber que hoje há um olhar de cuidado da Faperj sobre essa condição tão singular para nós, mulheres, é um alento, pois mostra que não precisamos fazer uma opção excludente. Somos seres integrais e a maternidade faz parte de quem somos, assim como nossa vida científica. Unir esses dois aspectos essenciais da nossa vida em uma única ação realmente impulsiona. Foi um dos editais que eu mais me orgulhei de ganhar na minha trajetória como professora pesquisadora desta Universidade”, ressaltou.
A seguir, a relação de pesquisadoras da UFRRJ contempladas com o edital “Meninas, Mulheres e Mães na Ciência” e suas respectivas pesquisas vencedoras:
Anelise Monteiro do Nascimento (IM/UFRRJ): Plano Nacional de Educação e o atendimento à creche no Estado do Rio de Janeiro;
Érika Flávia Machado Pinheiro (IA/UFRRJ): Potencial de uso de resíduos agroindustriais no tratamento de efluentes, na produção de insumos agrícolas e de energia;
Isabela de Fátima Fogaça Rosa (IM/UFRRJ): Estudos para uma proposta preliminar de Plano de Desenvolvimento Turístico do Parque Histórico e Arqueológico de Iguassú Velha;
Juliana Lobo Paes (IT/UFRRJ): Integração de Saneamento, Energia e Produção de Alimentos: Uma Proposta de Economia Circular com Biodigestor anaeróbio e Hidroponia;
Mani Tebet Azevedo de Marins (ICHS/UFRRJ): Um olhar sociológico sobre as moedas sociais;
Miliane Moreira Soares de Souza (UFRRJ): Dinâmica populacional associada a tipificação de cepas patogênicas de Escherichia coli e análise de determinantes de resistência em ambiente de produção avícola;
Roberta Helena Mendonça (IT/UFRRJ): Produção de insumos a base de materiais poliméricos nanoestruturados e fármacos para aplicação na produção de biomaterais por manufatura aditiva e outras técnicas – uma alternativa para o tratamento da dor;
Thaís Ribeiro Correia Azevedo (IV/UFRRJ): Disruptores de desenvolvimento e óleos essenciais no controle de Cochliomyia hominivorax (Diptera: Calliphoridae).
A docente Mani Tebet, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Rural, também foi contemplada pelo Edital de apoio a Cientistas Mães do Estado do Rio de Janeiro, com um projeto de pesquisa sobre as moedas sociais, uma política pública inovadora de desenvolvimento contra-hegemônico.
O projeto alinha-se com iniciativas globais, como o G20 social e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com foco na redução da fome, na promoção da autonomia feminina, na melhoria da qualidade de vida e no fortalecimento de parcerias para o desenvolvimento sustentável. Vários países da América Latina, Caribe e do mundo (Brasil, Argentina, Chile, México, Venezuela, Colômbia, Equador, EUA, Coréia do Sul e Índia) têm implementado políticas de transferência de renda, baseadas em moedas sociais/virtuais para enfrentar crises econômicas, desemprego, pobreza e desigualdade. Este trabalho mapeará a implementação das Moedas Sociais no Brasil, América Latina e Caribe e realizará um estudo inédito quantitativo e qualitativo sobre a Moeda Social Arariboia, que beneficia 45 mil famílias no município de Niterói.
Estiveram presentes no evento, as professoras Anelise do Nascimento, Isabela Fogaça, Juliana Lobo, Mani Tebet e Miliane Moreira.
Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social e Jornalismo da Universidade Rural (CCS/UFRRJ)
Docente Márcia Pletsch, do Observatório de Educação Especial e Inclusão Educacional da UFRRJ
Últimas Notícias