Organizado por uma poderosa rede de instituições brasileiras e norte-americanas, entre elas a Duke University, a NCCU (North Carolina Central University), o Instituto Enraizados e o Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, o evento promete dois dias de debates potentes, trocas de saberes e celebrações culturais.
A programação tem início na terça-feira (3/6), no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo. A partir das 9 horas da manhã, a comunidade é acolhida com café da manhã antes da mesa de abertura, que discutirá “Educação Libertadora na Periferia Urbana“, com nomes como o professor Álvaro Nascimento (IM/UFRRJ), Patricia Cerqueira (USP) e a exibição do vídeo RapLab, de Akshay Gokul (Duke University), que mostra como o RapLab foi usado em escolas públicas de Durham, EUA.
Na sequência, às 11h30, a mesa “Hip Hop e o Instituto Enraizados” aprofunda o legado da cultura hip hop como ferramenta de formação política e sobrevivência nas periferias e sobre as pontes entre Atlanta (Georgia) e Morro Agudo (Nova Iguaçu), com Adriano Cezario Assis (UFRRJ), Lucas Lopes e Travis Williams (Duke University).
À tarde, a partir das 14h30, acontece a roda de conversa com os seis integrantes que participaram do intercâmbio entre Brasil e Estados Unidos. A mediação será de Dudu de Morro Agudo, e o grupo apresentará quatro produtos gerados a partir da experiência: uma exposição fotográfica, uma música inédita, um videoclipe gravado entre Brasil e EUA, e um documentário que revela os bastidores do intercâmbio.
Às 18h30, encerrando o dia, os estudantes do Curso Popular Enraizados e integrantes da comunidade participarão de uma roda de conversa com John D. French e Travis Williams, que refletirá sobre religião, educação e política nos Estados Unidos, em tempos de Trump.
Já na quarta-feira (4/6), a conferência se desloca para o Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, também em Nova Iguaçu. Pela manhã, às 9h30, a mesa “Religião, Raça e Política” reúne nomes como Gladys Mitchell-Walthour (NCCU), Travis Knoll e John D. French, que debatem temas como a teologia da libertação e os impactos eleitorais da religiosidade na Baixada.
Em seguida, às 11h30, será lançada a exposição “Vidas em Suspenso”, apresentada por Gabrielle Almeida, Medusza e KR7, desdobramento da pesquisa “Zona 159”, que denuncia os efeitos da crise climática nos bairros periféricos de Nova Iguaçu. Mais do que dados, são vidas atravessadas pela lama e pela torneira vazia.
A tarde segue com a mesa “Morro Agudo e Constã: Redes comunitárias de resistência”, que traz os trabalhos de Jefferson Dantas (UFRRJ) e Linderval Monteiro (UFGD) sobre as relações entre tráfico, igrejas e política nas periferias da Baixada.
Às 15h45, será exibido o documentário “Mães do Hip Hop: 15 anos depois”, seguido de debate com os diretores Átomo Pseudopoeta, e participantes como Dudu de Morro Agudo, Lisa Castro, Kall Gomes e Léo da XIII. Às 17h, outro vídeo, “A Revolução do Livro”, sobre a luta pelas cotas nas universidades. Teremos também uma apresentação virtual com Thais Zapellini (University of Illinois) e Waleska Batista (FADISP e PUCC) falando sobre “Como o Movimento Negro ganhou no STF em 2012 com as cotas”?
O evento termina com uma mesa de reflexões sobre a colaboração entre as universidades e o Instituto Enraizados desde 2009, reunindo Dr John D. French, Dr Alexandre Fortes, Dr Álvaro Nascimento, Dr Dudu de Morro Agudo e Dra Gladys Mitchell-Walthour.
A conferência é gratuita e aberta ao público.
Estudantes de pré-vestibulares e universidades, especialmente da Baixada Fluminense, estão convidados a ocupar os espaços, fazer perguntas, se inspirar e conectar-se com outras experiências de luta, cultura e conhecimento.
Serviço
Data: 3 e 4 de junho de 2025
Locais: Instituto Enraizados (Morro Agudo) e IM/UFRRJ (Campus da Universidade Rural em Nova Iguaçu)
Público-alvo: Estudantes, professores, educadores populares, militantes de movimentos sociais e comunidade em geral
Entrada franca
Por Ricardo Portugal – Assessoria de Comunicação do IM/UFRRJ